segunda-feira, 1 de março de 2010

0. Maha Lila - o início.

Maha Lila é o grande jogo da existência, muitas vezes nos sentimos fora deste jogo e outras vezes dentro do jogo, mesmo assim estamos incluídos neste jogo, nunca estamos excluídos, mas temos a impressão de que estamos excluídos, a ilusão é tão real que achamos que estamos fora. A chave é o Riso.

Maha Lila é o passatempo de Deus. Ele se cansou da existência Una e criou o Universo apenas para se divertir. Fazemos parte desta brincadeira, somos a Divindade se divertindo, mas para a bricadeira ser mais divertida, temos ao nosso lado o esquecimento, o véu da inconscência nos deixando na escuridão da ignorância. Uma longa noite que precisamos atravessar, tateando esta escuridão.


Maha Lila é o movimento que predomina a incerteza, a insegurança, nele predomina a total falta de razão, sob a luz da ignorância as sombras projetadas e nos parece absurdo, as projeções são distorcidas, criando montros de todas as espécies. Então enxergamos o mal, que na verdade não existe.


Maha Lila se manifesta de maneira simples e tudo na vida é muito simples e ao mesmo tempo se torna complexo, pela nossa incapacidade inicial de ver o simples. A própria vontade de participar do jogo, de nos entregar ao jogo, criamos personagens dentro de si para interagindo neste jogo e cada personagem vê a realidade de maneira diferente, a sua maneira e eles são confundidos pela dualidade. Eles sofrem os efeitos desta dualidade, sentem frio e calor, alegria e tristeza e tantas outras dualidades.


Maha Lila nos confunde com as suas impermanências, os personagens que se desarmonizam, mas é puro divertimento, existe a desarmonia para depois harmonizar. Os personagens que são apenas roupagem ou máscaras gostam de imitar o eterno, mas eles fazem parte das impermanências do jogo, o próprio jogo brinca com eles, deixando se sentir o eterno para depois diluí-los no eterno, por vezes deixando que eles se sintam reis e por vezes miseráveis, uma roda que sobe e desce, dependendo da intensidade de cada personagem. Quando estes personagens entendem, ou seja quando se tornam transparentes pelas experiências se diluem no oceano da existência.


Maha Lila nos conduz de volta  ao supremo, para verdadeira casa que é o ser, desprovido de qualquer dualidade, racionalidade, cheio de existência, vida é o nome do jogador e do jogo, eles se tornam um, observador e o observado se torna um, a consciência é reestabelicida, o eterno é o pulsar do ser.

...MAHA LILA...